O Ministério da Educação promete tablets nas escolas públicas desde o ano passado, e disse estar“definindo as características do aparelho”. Só que, uma semana antes, eles abriram licitação para comprar 900.000 tablets por R$110 milhões, e sem plano pedagógico – segundo o MEC, o planejamento “vai acontecer na prática”. Enquanto isso, o secretário de Educação de SP, Herman Voorwald, promete ainda mais tablets nas escolas do Estado, além de lousas digitais em todas as salas.
Voorwald diz que as escolas estaduais de São Paulo terão lousas digitais em todas as salas, e para isso o governo vai lançar, nos próximos dias, uma parceria público-privada de R$5,5 bilhões para dez anos. O secretário também mencionou tablets, segundo o Estadão: “uma das propostas é ter, nas salas de aula, carrinhos em que os tablets estejam disponíveis para os alunos – que poderão usá-los e, depois, guardá-los”.
O MEC já planeja distribuir tablets, inclusive em escolas estaduais, mas apenas para professores: o ministério anunciou investimento de R$150 milhões para comprar 600.000 tablets a serem usados no ensino médio de escolas públicas federais, estaduais e municipais. Os tablets devem ser entregues no segundo semestre.
Mas, como lembra Voorwald, o projeto de SP não se trata apenas de comprar tecnologia: o plano inclui a reforma das escolas para receberem os equipamentos, a adequação do currículo aos aparelhos, e o mais importante – a formação dos professores para lidar com tablets e lousas virtuais. Vimos que, com o programa Um Computador por Aluno, os maiores desafios estão mesmo em adaptar a escola aos PCs, e em adaptar os professores ao uso de PCs em aula.
O secretário critica a distribuição de tablets sem projeto pedagógico, e reconhece que a tecnologia não é tudo: “o tablet não pode ser por si só o salvador da pátria… não acredito em distribuir tablet para cima e para baixo”. Segundo o governo do Estado, a PPP ainda está sob análise. [Estadão]
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