quarta-feira, 29 de abril de 2009

Conteúdo do Curso de Mídias da

Educação

- Módulo Intermediário


UFPR - NEAD- MEC

Rádio na Escola

Não é ainda, mas poderia ser…

Marciel Consani
Doutorando em Comunicação – ECA/USP

Receptor
O receptor dos meios, de qualquer idade, não é passivo. É um sujeito pensante. E os projetos educomunicativos podem maximizar essa dimensão ao propiciarem espaços de diálogo.

Cotidiano escolar
Projetos bem sucedidos têm em comum a concepção e o envolvimento de diversos agentes ligados ao cotidiano escolar.

Este conceito de atividade escolar — o rádio na sala de aula — parece ser algo relativamente novo entre nós, o que justifica, em parte, a estranheza que possa causar a alguns.

Em muitos casos, vemos a mídia (o jornal, o rádio, a televisão e agora, a Internet) ser tratada, em geral, com muita desconfiança nos meios educativos (principalmente nos mais tradicionais) e quando o assunto aparece, o que se discute, quase sempre, é a melhor maneira de “filtrar” as mensagens dos meios massivos, de modo a “neutralizar” uma eventual influência nociva.

Tal ponto de vista se respalda, de longa data, nos pressupostos da denominada Teoria Funcionalista dos Meios de Comunicação e também, num tipo de crítica baseada na idéia do colonialismo cultural.

Embora estas duas abordagens tenham desempenhado papel significativo na evolução dos estudos da comunicação — e também da educação — estão sendo, aos poucos, superadas por idéias novas que reconhecem a independência e singularidade do receptor (no caso,ouvinte). Este é considerado, agora, como um sujeito ativo e pensante que já não pode ser visto como um ser que recebe e aceita passivamente o fluxo das informações circulantes.

Este ponto de vista integra o conceito da educomunicação que vai mais além: o “receptor ativo” pode transformar-se também em “comunicador criativo”, caso tenha condições de aprender e de vivenciar novos modos de fazer comunicação. É por isso que consideramos que o rádio na escola necessita ser concebido como um projeto comunitário, envolvendo diretores, coordenadores, professores, alunos e todos os integrantes da comunidade educativa.

Atividade:

Cite 3 programas, indicando o nome da rádio, o horário em é transmitido e o público ao quais se destina. Qual deles você utilizaria em sala de aula e como trabalharia com os estudantes?

Resposta do Professor Maurício

Rádio BANDA B - PROGRAMA LUIZ CARLOS MARTINS
SOM: COM POUCO DE ALTERNÂNCIA - RÁDIO AM
PROGRAMA: VARIEDADES, ENTREVISTAS , NOTÍCIAS,
PÚBLICO: DIVERSOS, TODAS AS CLASSES.
HORÁRIO: 7h ás 9h

Rádio Caiobá - Programa do Renato Gaúcho.
MÚSICA DA MINHA VIDA
SOM: COM QUALIDADE - RÁDIO FM
PROGRAMA DE MÚSICAS E PARTICIPAÇÃO DE OUVINTES PELAS CARTAS.
PÚBLICO: DIVERSO, TODAS AS CLASSES, POPULAR.
HORÁRIO: 8h30

RÁDIO OURO VERDE - MOMENTO ESPIRITA- FM
SOM: COM QUALIDADE - RÁDIO FM
PROGRAMA: AUTO AJUDA, COMPORTAMENTAL
PÚBLICO: DIVERSO
HORÁRIO : 18h55

Como o tema é sempre curto no programa, acho que alguns temas são propícios para se trabalharem a auto-estima dos alunos, valores, sem ter um enfoque religioso e sim trabalhar com valores morais.
Acho importante essa temática em sala de aula, motiva, transforma.

Resposta da Professora Julieta (esposa)
Rádio Cbn - FM (SOM DE BOA QUALIDADE- FM)
- Programa do Herodoto Barbosa
- Notícias e Entrevistas
- Público: Classe A, B
Horário: 7h
Forma de Trabalho em Sala

Explorar a Notícia que possa ter repercurssão em sala
Ex: A gripe Suína, seus sintomas, sua característica, países onde ocorre a epidemia, diferença entre epidemia e pândemia.


Rádio Band News - FM (SOM DE BOA QUALIDADE- FM)
Meio Ambiente em Foco
- Visão Ambientalistas de fatos.
- Público: Classe A, B
Horário: 15h
Rádio Transamérica - FM (SOM DE BOA QUALIDADE - FM)
- Transalouca
- Sexualidade e Músicas
- Público: Variado
-Horário: 17h


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Professor Maurício e Professora Julieta estão cursando o Curso de Mídias na Educação - Módulo Intermediário (2009)

Rádio na Escola

O que é necessário para começar?

Planejamento
É fundamental discutir e planejar o tipo de rádio que se deseja.

Refletir
Refletir sobre os objetivos da rádio na escola é outra tarefa relevante.

Equipe
É interessante que a equipe de trabalho congregue diferentes sujeitos: alunos, professores, membros da direção e membros da comunidade. Mas também é importante que eles estejam compromissados.

Viabilidade
E, ainda, é útil pensar sobre a viabilidade do plano proposto e sobre as possíveis formas de avaliação do projeto.

Não podemos perder de vista o fato de que um projeto radiofônico na educação é, antes de tudo, um trabalho de ação pedagógica inserido no contexto maior do Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola que o abriga.

Todas as recomendações válidas dentro do planejamento e implementação de projetos escolares em geral devem ser observadas num projeto voltado para a linguagem radiofônica, o que equivale a dizer que precisamos de:

a) Uma concepção clara do tipo de projeto que se quer. Idéia definida sobre o alcance do projeto no tempo (semana, mês, semestre, ano) e no âmbito (ciclo, série, disciplina, período) do que se pretende realizar.

PERGUNTAS-CHAVE: O que se pretende construir? Uma oficina prática com duração limitada? Uma atividade de apoio para alguma disciplina específica? Um grupo de trabalho permanente dentro da escola (a “equipe do rádio”). Outra coisa?
Se o que se pretende é montar efetivamente uma estação de rádio restrita (veja sobre o tema no Módulo Básico de rádio), é necessário ir adiante na análise dos passos a serem seguidos.

b) Um ou mais objetivos. Relacionados com as demandas a que o projeto de rádio deverá atender. A primeira demanda é a natureza mesma do processo, isto é, melhorar o coeficiente comunicativo das ações educativas. Tanto esta questão quanto a maioria das outras demandas de natureza curricular não são supridas com a atuação isolada de alguns professores e/ou alunos, ou de um único plano de ação. Então, é melhor partir dos objetivos propostos no PPP e recortar especificamente aqueles que dizem respeito à melhoria do coeficiente comunicativo no ambiente escolar.

PERGUNTAS-CHAVE: Até onde se quer chegar com o rádio na escola? A escola dispõe de equipe, bem como de recursos materiais e de tempo suficientes?

c) Uma (boa) justificativa. Embora tenhamos destacado a pertinência e a importância da linguagem radiofônica no PPP escolar em geral, um educador participativo provavelmente se interessará pelas propostas que identifica com os anseios de sua comunidade escolar e pelas quais tem maior afinidade. Explicitar seu interesse pessoal, reforça sua linha de argumentação para consolidar a rádio-escola.

PERGUNTA-CHAVE: Por que construir este projeto?

d) Uma equipe de trabalho. Se a escola pretende implantar um projeto que funcione efetivamente como uma forma de expressão de toda a comunidade, é necessário que a direção e a coordenação pedagógica, se associem a um grupo de professores e à liderança juvenil (ao Grêmio, por exemplo, ou aos representantes de classes) para formar um “grupo de trabalho” em condições de pensar como a rádio será implantada.

O compromisso inicial de um grupo pequeno e dedicado é sempre preferível ao apoio genérico de muitos. Logo que conseguir os nomes dos colaboradores, procure reuni-los para elaborar conjuntamente o planejamento, dividir as tarefas e fechar prazos de execução.
É importante lembrar que o “grupo de trabalho” necessita de atenção especial e de permanente formação e capacitação.

PERGUNTAS-CHAVE: Quem: professores, alunos e membros da comunidade participarão do projeto? Como serão divididas as responsabilidades?

e) Um plano viável. Para se construir planos adequados e possíveis de serem executados, o planejamento deve ser construído coletivamente. Mas, acredite: o processo de se construir coletivamente um projeto, desde sua proposta inicial até a formatação final é, em geral, extremamente trabalhoso e muito desgastante. No entanto, além de oferecer “legitimidade pedagógica”, fazer tudo democraticamente garante uma qualidade maior do plano, pois o risco de algum aspecto importante passar despercebido é muito menor.

PERGUNTAS-CHAVE: Temos clareza sobre todas as nossas metas? No plano que está sendo desenhado, quais são as prioridades? Qual o público a ser atingido direta e indiretamente pelo projeto? Quais os desafios a serem superados? Como será o cronograma? Temos um “plano B?

f) Uma metodologia de avaliação. A avaliação é um dos temas mais exaustivamente debatidos na educação. Ultimamente, é comum se afirmar que ela deva ser permanente e diagnóstica. É preciso acrescentar que ela também precisa ser OBJETIVA. O aspecto “avaliação” será mais bem desenvolvido no módulo básico II.

Antes de começar a planejar como pode ser a rádio da sua escola, acompanhe como foi a 4ª Cúpula Mundial de Mídia para Crianças e Adolescentes, realizada em 2004, no Rio de Janeiro, quando diversos jovens de vários países se reuniram e fizeram programas de rádio para reivindicar e propor que tipo de mídia gostariam de acessar e produzir. (MC)

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